domingo, outubro 11, 2009

Acabou!

O facto da sociedade portuguesa estar, desde há mais de meio ano, retida numa contínua campanha eleitoral, em especial num ano de crise económica, não terá sido uma coincidência muito feliz. Este é, contudo, o preço da democracia de que usufruímos e devemos felicitar-nos pelo facto de, neste tempo complexo da vida portuguesa, ter sido possível confrontar ideias e projectos.

Agora, desculpem lá!, é tempo de voltar ao trabalho!

Em tempo: não deixa de ser profundamente estranho que um país com menos de 10 milhões de habitantes demore longas horas para apurar os seus resultados eleitorais e o Brasil, com uma população quase vinte vezes superior, consiga ter os dados definidos pouco mais de uma hora depois do encerramento das urnas. Será que não poderíamos utilizar um sistema electrónico similiar ao brasileiro, que hoje não sofre qualquer contestação significativa?

8 comentários:

Luís Bonifácio disse...

O voto é secreto.
E nenhum sistema electrónico o garante.

Há sempre alguém que tem de gerir o sistema!

Mayra disse...

Pois é...acabou!
Eu fiquei a assistir com a TV sem sair da RTPI!
Embora o artigo seja datado de 05/09/2003, a vossa pergunta "Será que não poderíamos utilizar um sistema electrónico similiar ao brasileiro, que hoje não sofre qualquer contestação significativa?", atraiu-me a trazê-lo para cá:

Brasil "exporta" tecnologia do voto eletrônico
por carloscosta » Sex Set 05, 2003 12:19 pm

DATA - 04 Set 2003 FONTE - Agência Brasil
Brasília - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não precisa de incentivos para exportar uma tecnologia que pode agilizar o processo eleitoral e auxiliar a consolidação da democracia na América Latina. Cedida por empréstimo mediante convênio intermediado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), a urna eletrônica criada pelo TSE para garantir segurança e rapidez no processo eleitoral brasileiro está ultrapassando fronteiras e conquistando o mundo, diz reportagem de Maurício Cardoso.

O interesse pelo sistema nacional de votação eletrônica é tão grande que ministros do TSE e técnicos da Justiça Eleitoral já estiveram na Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, República Dominicana, Nicarágua, Porto Rico, Panamá, El Salvador, Turquia, Indonésia, França, Itália, Japão, Índia, Inglaterra e Espanha para demonstrar o funcionamento das urnas e o sistema de apuração dos votos.

Ao contrário dos demais artigos de exportação, a instalação, manutenção e utilização das urnas por outros países não geram divisas para o Brasil, uma vez que o produto, o serviço e a tecnologia genuinamente nacional não são comercializados. As urnas são emprestadas pelo TSE e as despesas com transporte e seguro custeadas pela OEA, que atua como intermediador nos acordos de cooperação.

"Não somos negociantes de urnas eletrônicas. Queremos somente mostrar o que estamos fazendo e colocar nosso sistema à disposição dos países interessados", afirma o presidente do TSE, ministro Sepúlveda Pertence. Ele ressalta que a Justiça Eleitoral brasileira não tem qualquer intenção de vender urnas eletrônicas e muito menos de negociar a tecnologia do sistema eletrônico de votação.

Dentro deste princípio, o sistema brasileiro vem sendo emprestado e utilizado por vários países da América do Sul. O intercâmbio tecnológico começou em 2001 com o Paraguai, que utilizou 160 urnas em suas eleições municipais. Em abril último, o país recebeu mais 6 mil urnas para a eleição presidencial. O sucesso foi tão grande - em apenas duas horas mais de 80% dos votos já estavam apurados - que o governo paraguaio já demonstrou interesse em adotar a eleição totalmente informatizada nas próximas eleições.

Em 2002, o México também utilizou 150 urnas brasileiras em suas eleições como teste de comparação entre o sistema tradicional e o informatizado. Milhares de eleitores da capital mexicana puderam optar pelo voto eletrônico. Recentemente, o estado mexicano de Michocáin anunciou que pretende usar o sistema na eleição estadual de 2004.

Neste mês, a Argentina terá mil urnas eletrônicas nas eleições da Província de Buenos Aires. A novidade possibilitará que 300 mil eleitores de oito municípios da Província votem em urnas eletrônicas para escolher o governador de Buenos Aires, o vice, prefeitos, vereadores e deputados.

P.S.
Tem continuação

Mayra disse...

Em outubro, o TSE emprestará cerca de 400 urnas que recolherão os votos de cinco milhões de eleitores de Bogotá nas eleições gerais da Colômbia. O governo colombiano modificou a Constituição do país para poder adotar o voto eletrônico. A Colômbia tem 44 milhões de habitantes e 24 milhões de eleitores.

O convênio prevê o empréstimo de urnas eletrônicas e o apoio técnico brasileiro para a adequação do software de capacitação e de votação às características de cada país. No caso das eleições paraguaias, o teclado teve que ser adaptado, já que os candidatos são identificados nas cédulas pelas cores de cada partido e não por números.

O Brasil foi o primeiro país do mundo a adotar a votação totalmente informatizada. Em 1996, o voto eletrônico abrangeu todas as capitais e 57 municípios com mais de 200 mil eleitores. Em 1998, o sistema foi estendido a todos os municípios com mais de 40.500 eleitores, totalizando 57 milhões de eleitores em 537 municípios. Em 2000, a eleição foi totalmente informatizada para os mais de 109 milhões de eleitores dos 5.561 municípios nacionais.

O projeto de informatização eleitoral custou 350 milhões de reais, sendo que 200 milhões de reais foram gastos na aquisição das mais de 350 mil urnas existentes no país. Equipada com dois flash cards de 15 Mb cada, responsáveis pelo armazenamento do sistema operacional, do software aplicativo, do banco de dados e dos registros dos votos efetivados durante o processo eleitoral, a urna eletrônica também tem placa de som on-board para auxiliar na votação de deficientes visuais por meio de fones de ouvido.

Com a urna eletrônica, o eleitor digita o número do candidato diretamente no teclado, que é semelhante ao de um telefone comum. O voto fica armazenado em disquete no interior da máquina, que posteriormente é enviado à Central de Totalização para leitura e disponibilização dos dados. As informações contidas no disquete só podem ser acessadas por meio de computadores do TSE.

O sucesso da urna eletrônica brasileira é o primeiro passo para a consolidação da votação informatizada no continente. Segundo o ministro Fernando Neves, do TSE, brevemente todos os países latino-americanos deverão ter seu próprio sistema eletrônico de votação. "Por isso estaremos sempre abertos para a cooperação institucional e para o debate dos desafios da tecnologia eleitoral".

O presidente do TSE concorda com a afirmação do colega, mas ressalta que o objetivo do TSE não é ditar ou impor um modelo. Para Sepúlveda Pertence, mostrar o sistema é um dever de solidariedade do Brasil com os demais países. Ele afirmou, ainda, que o próximo desafio da justiça eleitoral brasileira e que também poderá ser exportado para outros paises, é a aplicação da tecnologia na prestação de contas dos partidos e dos candidatos. "Já estamos desenvolvendo alguns estudos com esse objetivo", garantiu o ministro.
JCC - Sistemas Adm Rede e Infra-Estrutura Internet

ARD disse...

E o frisson das noites eleitorais, o que seria dele?
A noite interminável, com os amigos, entre cervejolas, queijos e carne assada, as explosões de alegria ou o monco caído, as apostas, as discussões, “hei…ó pá, sai da frente da televisão que não és transparente”, com alguns, mais activistas, de bandeira e autocolante a querer ir comemorar (seja para onde for)…
Ná, qual sistema electrónico, qual nada. Eu quero contagem manual, lenta e artesanal, de preferência com possibilidade de levantar fortes suspeitas de fraude eleitoral se o “inimigo” tiver uma votação acima da desejada. Sobretudo se “eles” ganharem.

Helena Sacadura Cabral disse...

Trata-se dum "simplex" muito complicado!

Anónimo disse...

Essa agora! Senhor Embaixador! E Marvila? Essa magnífica freguesia onde tudo se passa com a lentidão dos caracóis, e que, no passado deu origem a golpadas históricas. Quem nos tira as horas tardias de Marvila tira-nos tudo. Sempre à unha, Senhor Embaixador...

Anónimo disse...

Lá para Sábado, teremos novo (velho?)Governo. Não desesperemos. Quanto ao voto eletrónico...lá se ia a laracha daquele momento televisivo, com comentaristas, representantes dos Partidos, suspense dos votos, sondagens, etc. Não prefiro como está. Um tipo senta-se diante do televisor, o Mundo parou, se já repararam não há notícias nem de cá, nem de lá, e toca de ouvir os "falantes". Porque isto e aquilo, penso de que e que, o político tal pronuncia-se, outro faz o mesmo, acompanhha-se com um bom Porto, refastelado na nossa adeira caseira, fuma-se um cigarro (sim, ainda não é proibido em casa!), etc. Ora introduzir o elemento "eletronico" era acabar com este "ram-ram" que nos entretém de 4 em 4 anos. Nah! Cá por mim prefiro esta treta, é mais divertido. Até adormeci, desta vez. Mas não perdi muito, pelos vistos. Quando acordei, Santana Lopes voltava a sair para a rua, ou corredores, quase tropeçando nuns fios, isto pela 18ª vez. Ora como adormeci ía ele na 7ªvez, não dormitei lá muito, pelos vistos. Foi giro. Viva as eleições e quem as apoiar!
Albano

sidalia disse...

Significativa diz o senhor porque broncas é o que mais há para não falar do resto. tomara que demorasse mais e fosse tão fiavel quanto o português.

Fora da História

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